EXPOSIÇÕES "A COR DAS PALAVRAS"           

 

RICARDO OLIVEIRA          ARTUR OLIVEIRA            

 

 
 
 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ALBERGARIA-A-VELHA

"A COR DAS PALAVRAS - VAMOS SONHAR COM LUCIDEZ"

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

De que lado estou da vida? Estarão os limites da realidade contidos no meu olhar? Poderei envolver todo o universo com a minha compreensão racional? E a vida… de que tamanho é a vida? O sonho será, decerto, uma boa forma de a medir. Por isso, “A Cor das Palavras”, projecto que coloca em diálogo pintura e poesia, tem o prazer de apresentar algumas abordagens possíveis para a dimensão dos sonhos na nossa vida.

Consideramos que o sonho é um alimento essencial para a fruição de se estar vivo e queremos partilhar esta mensagem com todos os que nos quiserem visitar. Afinal, é do sonho, perspectivado enquanto criatividade, que emana toda a criação humana. Se não fora o sonho de alguns homens, que seria da ciência? Se não fora o sonho, agora observado enquanto sustentáculo das grandes ideias, o que seria da evolução civilizacional? Porque, efectivamente, como diria Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”[1] Talvez nos falte uma nova Índia, e talvez ela possa ser encontrada no mundo dos sonhos… Acrescentamos ainda, para enfatizar o que de verdade tem o sonho na materialização da vida, que é o sonho que torna o amor em algo tão lindo, cheio de sorriso para um lado e, às vezes, tanto sofrimento… Quantas vezes não sonhaste com aquela pessoa que te beija ao acordar, ou poderia beijar, se a vida fosse um sonho. Quantas vezes não sonhaste em colocar o sonho da pessoa que amas na palma da sua mão?

Queremos, não obstante o dito, ir mais longe: e se o sonho pudesse ser lúcido? E se pudesse ser um local para onde viajamos? E se lá estivesse uma matéria-outra que desse consistência aos nossos bons desejos e trouxesse de lá a felicidade, guardando nesta vida, metade de nada[2], tudo o que nos impede, todo este frenesim do dinheiro, toda esta vida de trabalho desmedido, de injustiças, de hipocrisias? Será possível? Cremos que sim, porque, como diz o poeta[3]: “Eles não sabem que o sonho/ é uma constante da vida/ tão concreta e definida/ como outra coisa qualquer”. Sonhemos.


[1] In Mensagem, de Fernando Pessoa [2] Expressão pertencente ao poema Ulisses, da obra Mensagem, de Fernando Pessoa [3] António Gedeão, verso retirados do poema Pedra Filosofal

 

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

Exposição na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, A cor das palavras - Vamos sonhar com lucidez, pintor Artur Oliveira, poeta Ricardo Oliveira, Dialogarte

 

 

 

EXPOSIÇÃO NO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO CENTRAL DO MUNICÍPIO DE LISBOA

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

EXPOSIÇÃO NO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO CENTRAL DO MUNICÍPIO DE LISBOA

 

A exposição “A Cor das Palavras” conta com duas linguagens artísticas. Cada obra é constituída por uma pintura e por um poema e, por isso, deve ser entendida no seu todo e não numa leitura isolada de cada uma das linguagens que a compõem. O conceito que preside, então, à criação artística será a universalidade que assiste a cada ser humano. No entanto, a amostra não se esgota neste tema.

Ao longo da exposição, o espectador é convidado a refletir sobre duas linhas temáticas essenciais: por um lado, encontrará possibilidades de cogitar sobre a sua condição de homem, sobre o sentido da vida e a finalidade da mesma, e por outro lado, terá ainda a oportunidade de pensar acerca da estrutura social, a distribuição da riqueza, a opressão e a divisão do poder.

“A Cor das Palavras” é um jogo conceptual em que o assistente vai destapando a intenção crítica dos autores, os quais usam da ironia na observação e análise da realidade, pelo que é uma constante e divertida descoberta.

 

EXPOSIÇÃO, Pintura de Artur Oliveira e poesia de Ricardo Oliveira

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E DEPOIS DA VIDA"

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL

"A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

Por que razão fiz isto? Penso, deitado na cama, olhando nos brilhos da noite os vestígios do que fui durante o dia. Por que motivo agi daquela forma? O que há em mim que me empurra, por vezes, para o que não desejo? A lua pálida reflecte o caminho que tracei, mas não responde. E as estrelas, tão longe, pintam a tela da minha janela, como um infinito de possibilidades do que poderei ser. Dilemas. A certeza de que tudo o que faço fica gravado num trilho que me desenha, constantemente. Escolhas. Terei eu consciência de tudo o que sou, quando opto? De tudo o que deixo de ser, quando sigo o meu rumo? E este rumo que tomo, que tem ele do que sou, afinal? Deitado na cama, deixo a noite entrar em mim. De quem é a vontade que sai de mim? Penso… e a lua reflecte o meu desejo de entender os Dilemas dos Rios Genéticos. Propomos, através da obra citada, meditar sobre o que somos e a forma como optamos ser durante a nossa vida. Sugerimos um passeio, em reflexão, pelo interior das vontades e intenções que presidem à acção humana; um pensamento sentimental sobre o que nos faz sorrir, nos entristece, nos motiva, nos desilude… O referido trabalho pertence à exposição “A Cor das Palavras”, exposição de pintura e poesia, ou seja, em que cada tema é analisado através das duas linguagens artísticas, resultando daí uma só obra. A supracitada mostra pauta-se por uma arte interventiva e simultaneamente humana; uma arte, então, denunciante das injustiças sociais e preocupada com o mundo emotivo que nos leva na vida, quando a tocamos.

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL, "A COR DAS PALAVRAS - DILEMAS"

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO

"A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.[1]A que distância estão as palavras? Onde viverão elas? Que paraíso conhecem vocês que fica lá tão longe?... Olho as palavras: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.[2] O perfume que libertam da beleza do que o Homem pode ser… Quando? Suponho, lendo-as, que estão esvaziadas de sentido, como se tivessem sido aspiradas pelos homens que as escreveram.

Penso: e se as palavras realmente significassem o que significam? Seria o homem mais fraterno? Seria mais livre, mais justo? Talvez… olhando em volta, os homens confundem as palavras na acção e tropeçam na injustiça, na ofensa, no desentendimento, na discriminação… e, entretanto, o poeta reserva as palavras bonitas para fazer uma belo verso, seleccionando-as do mundo invisível, alheio da realidade que envolve o homem, e diz: Todos têm direito a igual protecção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.[3]

A selecção do poeta é uma obra que se debruça sobre as questões aqui lançadas, uma obra que procura reflectir, através da metáfora, sobre as razões que levam a que a discriminação suceda inevitavelmente na nossa sociedade. É uma obra que, interceptando pintura e poesia, que criam uma unidade dual, é uma obra, dizíamos, que pretende, ludicamente, levar-nos num passeio pela comunidade dos homens.

O referido trabalho pertence à exposição “A Cor das Palavras”, exposição de pintura e poesia, ou seja, em que cada tema é analisado através das duas linguagens artísticas, resultando daí uma só obra. A supracitada mostra pauta-se por uma arte interventiva e simultaneamente humana; uma arte, então, denunciante das injustiças sociais e preocupada com o mundo emotivo que nos leva na vida, quando a tocamos.

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[1] Artigo 1.º da Constituição Portuguesa.

[2] Artigo 1.º da Declaração dos Direitos Humanos.

[3] Artigo 7.º da Declaração dos Direitos Humanos.

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO, "A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

 

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE

"A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

Um dos factores que nos possibilita distinguir os dias que correm do passado recente, pelo menos português, é a alfabetização da população. Hoje em dia, temos uma população preparada, alfabetizada, escolarizada, inscrita numa nova dinâmica social que deve ser plural e inteligente.

No entanto, a pluralidade, em aparência real, nasce da unidade, por isso, quando não reificada por meio do pensamento, desagua novamente na unidade. Concretizando, a civilização ensina um sistema de referências, ou seja, um modo de ver e de agir no mundo, que interiorizamos, alterando-o ou não. É em face disto, pensamos, que a formatação das populações acontece. A referida formatação é uma intensificação de uma parte do sistema de referências, promovida por determinados agentes do poder, entendendo-se poder como saber. Intensificação aquela que conduz as populações às modas e ao seguidismo social.

Esta circunstância social preocupa-nos, pelo que, no projecto artístico que apresentamos, reflectimos sobre o esclarecimento, em ausência de pensamento, da nossa população. Preocupa-nos que se ensine a ler, escrever e contar, mas se tenha olvidado o incentivo à reflexão. Deste modo, consideramos que urge formar sem formatar, isto é, que o sistema de referências, embora oriundo de uma unidade qualquer procurada pelo Homem, seja ensinado nas causas e não na superfície, promovendo a liberdade de opinião fundamentada e verdadeiramente individual.

Como exemplo, para que se clarifique o nosso ponto de vista, recorremos à História. Vejamos como, durante o império da religião, a igreja comandou a opinião individual (sempre aparentemente livre) por dentro das pessoas. E actualmente… seremos livres? Podemos realmente escolher a nossa roupa, ou seleccionamo-la somente entre a que nos é oferecida?

São estas as reflexões que “A cor das palavras – A aparente liberdade da formatação” propõe: uma viagem pelos olhos que nos deram e pelo mundo que nos explicaram, com o fito de que o homem, enquanto indivíduo, tome consciência da sua individualidade no colectivo que somos.

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE, "A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO

"A COR DAS PALAVRAS - A PRIVATIZAÇÃO DA CHUVA"

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO, "A COR DAS PALAVRAS - A PRIVATIZAÇÃO DA CHUVA"

 

Raro é o momento em que olhamos a sociedade e a achamos justa. Por vezes, quando pensamos como deveria ser a humanidade, vemos que há tanto de errado que quase não encontramos uma solução. A fome, a pobreza, a marginalização, o desrespeito do homem pelo Homem…

Em “A cor das palavras”, pensamos que estes problemas têm uma mesma origem: a cobiça e a ambição sem medida de alguns homens que retiram demasiada riqueza da sociedade, deixando os restos para os outros. O problema nasce então, como diz António Vieira, da certeza que “…vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o fez ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um grande”.[1] Padre António Vieira refere-se aos peixes para ensinar aos homens os seus defeitos na justiça social.

Na verdade, hoje em dia, os homens insistem em “comer-se uns aos outros”, deixando a igualdade e a dignidade, que compete a cada ser humano, no plano das palavras, distante, por isso, da concretização em acção. Neste sentido, assistimos à apropriação dos recursos naturais por parte dos grandes, vendendo-os como se lhes pertencessem, provocando desequilíbrios na distribuição da riqueza.

“A cor das palavras” insurge-se contra aqueles desequilíbrios sociais. Procura, através da crítica, por vezes humorística, trazer a público algumas das injustiças em que a sociedade é pródiga.

Salientamos, a título de exemplo, uma das nossas obras, “A cerimónia da privatização da chuva”, em que satirizamos, pelo ridículo, a possibilidade, cúmulo da ambição, do homem privatizar a água da chuva. Nesta obra, denunciamos a necessidade que muitos homens têm de produzir lucro desmedido sobre tudo, mesmo o impossível que não lhe cabe, mesmo quando explora recursos pertencentes a toda a humanidade.

“A cor das palavras” é, deste modo, um projecto artístico que pretende pensar a sociedade, liberto de qualquer escola ou posição partidária; pretende pensar, dizíamos, o homem e o seu lugar no mundo. É um projecto que produz um diálogo entre duas linguagens distintas, a pintura e a poesia, interligando-as numa mesma obra, fazendo nascer a partir de um tema uma obra cuja identidade dual desagua numa unidade artística.

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[1] Sermão de Santo António aos Peixes, padre António Vieira.

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO, "A COR DAS PALAVRAS - A PRIVATIZAÇÃO DA CHUVA"

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO, "A COR DAS PALAVRAS - A PRIVATIZAÇÃO DA CHUVA"

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA CASA DA CULTURA EM COIMBRA

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA CASA DA CULTURA EM COIMBRA

 

Na exposição “A Cor das Palavras”, cada obra é uma simbiose entre as duas linguagens artísticas (pintura e poesia), simbolizando o diálogo que deve existir entre as diversas ciências e indivíduos. “Universo”, obra que abre a amostra remete para o referido: a pintura harmoniza dois planos, igualando através da forma esférica, num deles, ciências como a Física e artes como a poesia e a pintura; e interligando, no outro plano, em forma de xadrez (mostrando a complexidade do mundo actual) várias peças, remetendo para a unidade entre os homens. O poema que completa a obra procura por meio da palavra o mesmo fim, somente difere no caminho: através de jogos de paradoxos e de intersecções das sensações humanas teoriza a unidade do ser consigo e em sociedade, pretendendo anunciar que a ânsia que faz o homem caminhar é similar em todos, pelo que todas as ciências, ainda que por caminhos diversos, pretendem explicar uma mesma realidade universal.

“A Cor das Palavras” não se esgota neste tema, podem ser encontradas obras de cariz interventivo. A arte, neste projecto artístico, é uma arma de denúncia e de correcção social. Por meio dela “A Cor das Palavras” expõe, numa arte directa, ainda que metafórica, algumas situações de exploração, de abuso de poder, de má distribuição do dinheiro. Ao ver e ler as obras, solta-se um sorriso em face da ironia, recurso estilístico preferido dos autores para a denúncia social.

Na amostra, encontra-se mais uma linha dominante: a explicação do ser e a sua individualidade na sociedade. A vida frenética da sociedade moderna, a procura por um materialismo exacerbado, a falta de reflexão do indivíduo, a localização espacial e temporal do ser… são alguns dos motivos que se podem encontrar ao longo da exposição.

A nível técnico, os quadros apresentam dois planos: um em traço difuso, quase expressionista, representando a realidade, da qual é extraída uma metáfora, presente no outro plano, desenhado em pormenor e limpidamente. Nesta ambiguidade, sente-se o jogo para que o autor nos remete, jogo que, através das pistas que nos dá, temos que adivinhar a ideia central. Os poemas são escritos em verso solto, possibilitando uma maior liberdade expressiva. A metáfora é recurso retórico mais utilizado, enquadrando, por isso, uma realidade dupla em intersecção.

Deve ainda adiantar-se que quer a pintura, quer a poesia não se enquadram, nem em estilo, nem em forma em qualquer movimento artístico actual. Podendo deduzir-se que há um halo de liberdade que percorre todo o projecto “A Cor das Palavras”.

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA CASA DA CULTURA EM COIMBRA

 

 

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA CASA DA CULTURA EM COIMBRA

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO PAÇO DA CULTURA NA GUARDA

"A COR DAS PALAVRAS"

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO PAÇO DA CULTURA NA GUARDA

 

Em cada obra presenciamos a existência de um quadro e de um poema não justapostos, mas intersectados tematicamente numa busca de universalidade. Desta forma, os autores pretendem assumir um compromisso dialogante inter-linguístico, pretendendo criar um plano onde toda a humanidade caiba sem que o espaço de um esmague o espaço do outro. Simbolicamente, afere-se que os artistas deixam uma mensagem de harmonização entre as diferentes ciências, no sentido de trabalharem em concomitância, uma vez que, segundo os artistas, a verdade que procuram é a mesma, somente diverge o caminho.

A amostra propõe temas variados. Todavia, verificamos que há uma linha temática que preside à disposição das obras. Há um caminho, verdade opinativa, que os autores inscrevem no espaço ficcional, por ele os espectadores são convidados a passear, ludicamente saltando de metáfora para ironia num jogo eterno representativo da Vida. Podemos descobrir reflexões sobre a condição humana, sobre o sentido da vida, acerca do posicionamento do indivíduo em relação à sociedade, leituras acerca do funcionamento económico, social e político, nunca olvidando a exploração e o abuso de poder.

No que diz respeito à técnica, ao considerarmos a pintura, apercebe-se de que esta é composta por dois planos. Um em traço difuso, quase de carácter expressionista, representa a realidade, mas esta é rasgada pela força da metáfora (interpretação do autor em face da realidade) que surge em evidência rectangular e antitecticamente numa pincelada concreta. A poesia é construída em verso livre, proporcionando ao poeta uma maior liberdade de expressão. É uma poesia moderna que visa o atemporal quer da consciência do “eu”, quer da intervenção cívica, tendo como alicerces a metáfora e a ironia.

Deve ainda salientar-se que quer o pintor, quer o poeta não têm formação académica directamente relacionável com o mundo das artes, pelo que se poderão considerar auto-didactas. Esta situação exclui-os de qualquer prisão, possibilitando-lhes a leveza da liberdade em “A Cor das Palavras”.

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO PAÇO DA CULTURA NA GUARDA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO PAÇO DA CULTURA NA GUARDA

 

 

 

EXPOSIÇÃO NO ESTALEIRO CULTURAL VELHA-A-BRANCA, EM BRAGA

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO ESTALEIRO CULTURAL VELHA-A-BRANCA, EM BRAGA

 

A exposição “A Cor das Palavras” conta com duas linguagens artísticas. Cada obra é constituída por uma pintura e por um poema e, por isso, deve ser entendida no seu todo e não numa leitura isolada de cada uma das artes que a compõem. Simbolicamente, os artistas pretendem representar um mundo em que cada ser vive ensimesmado e cada saber rebusca em solilóquio, apresentando uma solução de diálogo para a humanidade. O conceito que preside, então, à criação artística será a universalidade que assiste a cada ser humano. No entanto, a amostra não se esgota neste tema. Ao longo da exposição, o espectador é convidado a reflectir sobre a sua condição de homem, sobre o sentido da sua vida e a finalidade da mesma, ainda terá a oportunidade de pensar acerca da estrutura social, a distribuição da riqueza, a opressão e a divisão do poder. Todos estes temas são abordados de forma directa, ainda que encobertos pela metáfora, para que o espectador possa procurar a verdade ou verdades na sua consciência.

“A Cor das Palavras” é um jogo conceptual em que o espectador vai destapando a intenção crítica dos autores, os quais usam da ironia na observação e análise da realidade, pelo que é uma constante e divertida descoberta.

Ao nível técnico, os quadros apresentam dois planos, sendo o primeiro figurativo, em que o pintor esboça, em traço expressionista, a realidade circunstancial que a obra trata, e o segundo surge, rasgando a tela, em acto de metáfora revoltada, pintado a traço preciso, marcando uma antítese. Os poemas são escritos em versos soltos, propiciando ao poeta uma maior liberdade temática e possibilidade irónica.

Merece ainda destaque que nenhum dos artistas está vinculado, ou alguma vez frequentou uma escola artística, sendo, por isso, a sua criação totalmente livre e desprovida de correntes artísticas, concluindo-se que há um perfume a liberdade que preenche a sala de exposições de “A Cor das Palavras”.


 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO ESTALEIRO CULTURAL VELHA-A-BRANCA, EM BRAGA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO ESTALEIRO CULTURAL VELHA-A-BRANCA, EM BRAGA

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

 

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS - VILA NOVA DE GAIA

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ

 

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ

 

 

 

EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DA NAZARÉ

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DA NAZARÉ

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DA NAZARÉ

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DA NAZARÉ

 

 

 

EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL

"A COR DAS PALAVRAS"

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL

 

Qual é o sentido para a vida? Sentados em contemplação silenciosa do fogo, homens arremessam o olhar sobre o mistério. Descobrem a interrogação e, sob a sua sombra perturbante, constroem a humanidade. Agarrados à questão deslizam pela ideia, elaborando o eu e a circunstância, concebendo a civilização.

Passados tantos anos, procuramos para a mesma questão a resposta, como não seja possível, respondemos, saltitantes, com perguntas a perguntas, numa ânsia constante de ser… — eis o Homem!

E esse homem somos nós, que integrados num espaço e num tempo, procuramos encontrar o nosso sentido… e que melhor guia, neste labiríntico trilho, do que a linguagem artística?

Procuramos uma arte universal, em que a humanidade se reconheça em cada jactância de cor, em cada metáfora. Queremos a verdade metafísica do eu para uma intervenção social através da purificação dos valores.

Neste plano, propomos, promovendo em linguagem artística universal, enquadrar numa mesma obra, pintura e poesia, como duas formas de expressão, indicando um mesmo caminho.

E, porque a humanidade é una, acreditamos na interdisciplinaridade como resposta para as dúvidas que preenchem o universo intelectual de cada um dos elementos da sociedade. Assim, a intervenção que preconizamos assenta, sobretudo, numa atitude dialéctica perante a vida, com o intuito de criar uma reestruturação valorativa num mundo despido da genuinidade conceptual. É, pelo referido, importante, afirmarmos a nossa vontade de lançar uma arte didáctica para que todos participem do sonho.

A nossa proposta artística oferece motivos de reflexão sociológica e aproxima o Homem do seu sentido primordial.

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL

 

"A COR DAS PALAVRAS", EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL