EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ALBERGARIA-A-VELHA
"A COR DAS PALAVRAS - VAMOS SONHAR COM LUCIDEZ"

De que lado estou da vida? Estarão os limites da
realidade contidos no meu olhar? Poderei envolver todo o universo
com a minha compreensão racional? E a vida… de que tamanho é a vida?
O sonho será, decerto, uma boa forma de a medir. Por isso, “A Cor
das Palavras”, projecto que coloca em diálogo pintura e poesia, tem
o prazer de apresentar algumas abordagens possíveis para a dimensão
dos sonhos na nossa vida.
Consideramos que o sonho é um alimento essencial para a fruição de
se estar vivo e queremos partilhar esta mensagem com todos os que
nos quiserem visitar. Afinal, é do sonho, perspectivado enquanto
criatividade, que emana toda a criação humana. Se não fora o sonho
de alguns homens, que seria da ciência? Se não fora o sonho, agora
observado enquanto sustentáculo das grandes ideias, o que seria da
evolução civilizacional? Porque, efectivamente, como diria Fernando
Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”[1]
Talvez nos falte uma nova Índia, e talvez ela possa ser encontrada
no mundo dos sonhos… Acrescentamos ainda, para enfatizar o que de
verdade tem o sonho na materialização da vida, que é o sonho que
torna o amor em algo tão lindo, cheio de sorriso para um lado e, às
vezes, tanto sofrimento… Quantas vezes não sonhaste com aquela
pessoa que te beija ao acordar, ou poderia beijar, se a vida fosse
um sonho. Quantas vezes não sonhaste em colocar o sonho da pessoa
que amas na palma da sua mão?
Queremos,
não obstante o dito, ir mais longe: e se o sonho pudesse ser lúcido?
E se pudesse ser um local para onde viajamos? E se lá estivesse uma
matéria-outra que desse consistência aos nossos bons desejos e
trouxesse de lá a felicidade, guardando nesta vida, metade de nada[2],
tudo o que nos impede, todo este frenesim do dinheiro, toda esta
vida de trabalho desmedido, de injustiças, de hipocrisias? Será
possível? Cremos que sim, porque, como diz o poeta[3]:
“Eles não sabem que o sonho/ é uma constante da vida/ tão concreta e
definida/ como outra coisa qualquer”. Sonhemos.







EXPOSIÇÃO NO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO CENTRAL DO MUNICÍPIO
DE LISBOA
"A COR DAS PALAVRAS - A ETERNIDADE ESCREVE-SE NO ESPAÇO ANTES E
DEPOIS DA VIDA"

A exposição “A Cor das Palavras” conta com duas
linguagens artísticas. Cada obra é constituída por uma pintura e por
um poema e, por isso, deve ser entendida no seu todo e não numa
leitura isolada de cada uma das linguagens que a compõem. O conceito
que preside, então, à criação artística será a universalidade que
assiste a cada ser humano. No entanto, a amostra não se esgota neste
tema.
Ao longo da exposição, o espectador é convidado a
refletir sobre duas linhas temáticas essenciais: por um lado,
encontrará possibilidades de cogitar sobre a sua condição de homem,
sobre o sentido da vida e a finalidade da mesma, e por outro lado,
terá ainda a oportunidade de pensar acerca da estrutura social, a
distribuição da riqueza, a opressão e a divisão do poder.
“A Cor das Palavras” é um jogo conceptual em que
o assistente vai destapando a intenção crítica dos autores, os quais
usam da ironia na observação e análise da realidade, pelo que é uma
constante e divertida descoberta.








EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DO BALNEÁRIO RAINHA DONA AMÉLIA - TERMAS DE
SÃO PEDRO DO SUL
"A COR DAS PALAVRAS -
DILEMAS"

Por que razão fiz isto? Penso, deitado na cama, olhando nos brilhos
da noite os vestígios do que fui durante o dia. Por que motivo agi
daquela forma? O que há em mim que me empurra, por vezes, para o que
não desejo? A lua pálida reflecte o caminho que tracei, mas não
responde. E as estrelas, tão longe, pintam a tela da minha janela,
como um infinito de possibilidades do que poderei ser. Dilemas. A
certeza de que tudo o que faço fica gravado num trilho que me
desenha, constantemente. Escolhas. Terei eu consciência de tudo o
que sou, quando opto? De tudo o que deixo de ser, quando sigo o meu
rumo? E este rumo que tomo, que tem ele do que sou, afinal? Deitado
na cama, deixo a noite entrar em mim. De quem é a vontade que sai de
mim? Penso… e a lua reflecte o meu desejo de entender os Dilemas dos
Rios Genéticos. Propomos, através da obra citada, meditar sobre o
que somos e a forma como optamos ser durante a nossa vida. Sugerimos
um passeio, em reflexão, pelo interior das vontades e intenções que
presidem à acção humana; um pensamento sentimental sobre o que nos
faz sorrir, nos entristece, nos motiva, nos desilude… O referido
trabalho pertence à exposição “A Cor das Palavras”, exposição de
pintura e poesia, ou seja, em que cada tema é analisado através das
duas linguagens artísticas, resultando daí uma só obra. A
supracitada mostra pauta-se por uma arte interventiva e
simultaneamente humana; uma arte, então, denunciante das injustiças
sociais e preocupada com o mundo emotivo que nos leva na vida,
quando a tocamos.







EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO DE AVEIRO
"A COR DAS PALAVRAS - A SELECÇÃO DO POETA"

Portugal é uma República soberana, baseada na
dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na
construção de uma sociedade livre, justa e solidária.[1]A que
distância estão as palavras? Onde viverão elas? Que paraíso conhecem
vocês que fica lá tão longe?... Olho as palavras: Todas as pessoas
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão
e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de
fraternidade.[2] O perfume que libertam da beleza do que o Homem
pode ser… Quando? Suponho, lendo-as, que estão esvaziadas de
sentido, como se tivessem sido aspiradas pelos homens que as
escreveram.
Penso: e se as palavras realmente significassem o
que significam? Seria o homem mais fraterno? Seria mais livre, mais
justo? Talvez… olhando em volta, os homens confundem as palavras na
acção e tropeçam na injustiça, na ofensa, no desentendimento, na
discriminação… e, entretanto, o poeta reserva as palavras bonitas
para fazer uma belo verso, seleccionando-as do mundo invisível,
alheio da realidade que envolve o homem, e diz: Todos têm direito a
igual protecção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.[3]
A selecção do poeta é uma obra que se debruça
sobre as questões aqui lançadas, uma obra que procura reflectir,
através da metáfora, sobre as razões que levam a que a discriminação
suceda inevitavelmente na nossa sociedade. É uma obra que,
interceptando pintura e poesia, que criam uma unidade dual, é uma
obra, dizíamos, que pretende, ludicamente, levar-nos num passeio
pela comunidade dos homens.
O referido trabalho pertence à exposição “A Cor
das Palavras”, exposição de pintura e poesia, ou seja, em que cada
tema é analisado através das duas linguagens artísticas, resultando
daí uma só obra. A supracitada mostra pauta-se por uma arte
interventiva e simultaneamente humana; uma arte, então, denunciante
das injustiças sociais e preocupada com o mundo emotivo que nos leva
na vida, quando a tocamos.
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[1] Artigo 1.º da Constituição
Portuguesa.
[2] Artigo 1.º da Declaração dos
Direitos Humanos.
[3] Artigo 7.º da Declaração dos
Direitos Humanos.






EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE
"A COR DAS PALAVRAS - A APARENTE LIBERDADE DA FORMATAÇÃO"

Um dos factores que nos possibilita distinguir os
dias que correm do passado recente, pelo menos português, é a
alfabetização da população. Hoje em dia, temos uma população
preparada, alfabetizada, escolarizada, inscrita numa nova dinâmica
social que deve ser plural e inteligente.
No entanto, a pluralidade, em aparência real,
nasce da unidade, por isso, quando não reificada por meio do
pensamento, desagua novamente na unidade. Concretizando, a
civilização ensina um sistema de referências, ou seja, um modo de
ver e de agir no mundo, que interiorizamos, alterando-o ou não. É em
face disto, pensamos, que a formatação das populações acontece. A
referida formatação é uma intensificação de uma parte do sistema de
referências, promovida por determinados agentes do poder,
entendendo-se poder como saber. Intensificação aquela que conduz as
populações às modas e ao seguidismo social.
Esta circunstância social preocupa-nos, pelo que,
no projecto artístico que apresentamos, reflectimos sobre o
esclarecimento, em ausência de pensamento, da nossa população.
Preocupa-nos que se ensine a ler, escrever e contar, mas se tenha
olvidado o incentivo à reflexão. Deste modo, consideramos que urge
formar sem formatar, isto é, que o sistema de referências, embora
oriundo de uma unidade qualquer procurada pelo Homem, seja ensinado
nas causas e não na superfície, promovendo a liberdade de opinião
fundamentada e verdadeiramente individual.
Como exemplo, para que se clarifique o nosso
ponto de vista, recorremos à História. Vejamos como, durante o
império da religião, a igreja comandou a opinião individual (sempre
aparentemente livre) por dentro das pessoas. E actualmente… seremos
livres? Podemos realmente escolher a nossa roupa, ou seleccionamo-la
somente entre a que nos é oferecida?
São estas as reflexões que “A cor das palavras –
A aparente liberdade da formatação” propõe: uma viagem pelos olhos
que nos deram e pelo mundo que nos explicaram, com o fito de que o
homem, enquanto indivíduo, tome consciência da sua individualidade
no colectivo que somos.







EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO
"A
COR DAS PALAVRAS - A PRIVATIZAÇÃO DA CHUVA"

Raro é o momento em que olhamos a sociedade e a
achamos justa. Por vezes, quando pensamos como deveria ser a
humanidade, vemos que há tanto de errado que quase não encontramos
uma solução. A fome, a pobreza, a marginalização, o desrespeito do
homem pelo Homem…
Em “A cor das palavras”, pensamos que estes
problemas têm uma mesma origem: a cobiça e a ambição sem medida de
alguns homens que retiram demasiada riqueza da sociedade, deixando
os restos para os outros. O problema nasce então, como diz António
Vieira, da certeza que “…vos comeis uns aos outros. Grande escândalo
é este, mas a circunstância o fez ainda maior. Não só vos comeis uns
aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo
contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara
um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os
pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um grande”.[1]
Padre António Vieira refere-se aos peixes para ensinar aos homens os
seus defeitos na justiça social.
Na verdade, hoje em dia, os homens insistem em
“comer-se uns aos outros”, deixando a igualdade e a dignidade, que
compete a cada ser humano, no plano das palavras, distante, por
isso, da concretização em acção. Neste sentido, assistimos à
apropriação dos recursos naturais por parte dos grandes, vendendo-os
como se lhes pertencessem, provocando desequilíbrios na distribuição
da riqueza.
“A cor das palavras” insurge-se contra aqueles
desequilíbrios sociais. Procura, através da crítica, por vezes
humorística, trazer a público algumas das injustiças em que a
sociedade é pródiga.
Salientamos, a título de exemplo, uma das nossas
obras, “A cerimónia da privatização da chuva”, em que satirizamos,
pelo ridículo, a possibilidade, cúmulo da ambição, do homem
privatizar a água da chuva. Nesta obra, denunciamos a necessidade
que muitos homens têm de produzir lucro desmedido sobre tudo, mesmo
o impossível que não lhe cabe, mesmo quando explora recursos
pertencentes a toda a humanidade.
“A cor das palavras” é, deste modo, um projecto
artístico que pretende pensar a sociedade, liberto de qualquer
escola ou posição partidária; pretende pensar, dizíamos, o homem e o
seu lugar no mundo. É um projecto que produz um diálogo entre duas
linguagens distintas, a pintura e a poesia, interligando-as numa
mesma obra, fazendo nascer a partir de um tema uma obra cuja
identidade dual desagua numa unidade artística.
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[1] Sermão de Santo António aos Peixes, padre
António Vieira.



EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA CASA DA CULTURA EM COIMBRA
"A COR DAS PALAVRAS"

Na exposição “A Cor das Palavras”, cada obra é
uma simbiose entre as duas linguagens artísticas (pintura e poesia),
simbolizando o diálogo que deve existir entre as diversas ciências e
indivíduos. “Universo”, obra que abre a amostra remete para o
referido: a pintura harmoniza dois planos, igualando através da
forma esférica, num deles, ciências como a Física e artes como a
poesia e a pintura; e interligando, no outro plano, em forma de
xadrez (mostrando a complexidade do mundo actual) várias peças,
remetendo para a unidade entre os homens. O poema que completa a
obra procura por meio da palavra o mesmo fim, somente difere no
caminho: através de jogos de paradoxos e de intersecções das
sensações humanas teoriza a unidade do ser consigo e em sociedade,
pretendendo anunciar que a ânsia que faz o homem caminhar é similar
em todos, pelo que todas as ciências, ainda que por caminhos
diversos, pretendem explicar uma mesma realidade universal.
“A Cor das Palavras” não se esgota neste tema,
podem ser encontradas obras de cariz interventivo. A arte, neste
projecto artístico, é uma arma de denúncia e de correcção social.
Por meio dela “A Cor das Palavras” expõe, numa arte directa, ainda
que metafórica, algumas situações de exploração, de abuso de poder,
de má distribuição do dinheiro. Ao ver e ler as obras, solta-se um
sorriso em face da ironia, recurso estilístico preferido dos autores
para a denúncia social.
Na amostra, encontra-se mais uma linha dominante:
a explicação do ser e a sua individualidade na sociedade. A vida
frenética da sociedade moderna, a procura por um materialismo
exacerbado, a falta de reflexão do indivíduo, a localização espacial
e temporal do ser… são alguns dos motivos que se podem encontrar ao
longo da exposição.
A nível técnico, os quadros apresentam dois
planos: um em traço difuso, quase expressionista, representando a
realidade, da qual é extraída uma metáfora, presente no outro plano,
desenhado em pormenor e limpidamente. Nesta ambiguidade, sente-se o
jogo para que o autor nos remete, jogo que, através das pistas que
nos dá, temos que adivinhar a ideia central. Os poemas são escritos
em verso solto, possibilitando uma maior liberdade expressiva. A
metáfora é recurso retórico mais utilizado, enquadrando, por isso,
uma realidade dupla em intersecção.
Deve ainda adiantar-se que quer a pintura,
quer a poesia não
se enquadram, nem em estilo, nem em forma em qualquer movimento artístico actual.
Podendo deduzir-se que há um halo de liberdade que percorre todo o
projecto “A Cor das Palavras”.



EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO PAÇO DA CULTURA NA GUARDA
"A COR DAS PALAVRAS"

Em cada obra presenciamos a existência de um
quadro e de um poema não justapostos, mas intersectados
tematicamente numa busca de universalidade. Desta forma, os autores
pretendem assumir um compromisso dialogante inter-linguístico,
pretendendo criar um plano onde toda a humanidade caiba sem que o
espaço de um esmague o espaço do outro. Simbolicamente, afere-se que
os artistas deixam uma mensagem de harmonização entre as diferentes
ciências, no sentido de trabalharem em concomitância, uma vez que,
segundo os artistas, a verdade que procuram é a mesma, somente
diverge o caminho.
A amostra propõe temas variados. Todavia,
verificamos que há uma linha temática que preside à disposição das
obras. Há um caminho, verdade opinativa, que os autores inscrevem no
espaço ficcional, por ele os espectadores são convidados a passear,
ludicamente saltando de metáfora para ironia num jogo eterno
representativo da Vida. Podemos descobrir reflexões sobre a condição
humana, sobre o sentido da vida, acerca do posicionamento do
indivíduo em relação à sociedade, leituras acerca do funcionamento
económico, social e político, nunca olvidando a exploração e o abuso
de poder.
No que diz respeito à técnica, ao considerarmos a
pintura, apercebe-se de que esta é composta por dois planos. Um em
traço difuso, quase de carácter expressionista, representa a
realidade, mas esta é rasgada pela força da metáfora (interpretação
do autor em face da realidade) que surge em evidência rectangular e
antitecticamente numa pincelada concreta. A poesia é construída em
verso livre, proporcionando ao poeta uma maior liberdade de
expressão. É uma poesia moderna que visa o atemporal quer da
consciência do “eu”, quer da intervenção cívica, tendo como
alicerces a metáfora e a ironia.
Deve ainda salientar-se que quer o pintor, quer o
poeta não têm formação académica directamente relacionável com o
mundo das artes, pelo que se poderão considerar auto-didactas. Esta
situação exclui-os de qualquer prisão, possibilitando-lhes a leveza
da liberdade em “A Cor das Palavras”.



EXPOSIÇÃO NO ESTALEIRO CULTURAL VELHA-A-BRANCA, EM BRAGA
"A COR DAS PALAVRAS"

A exposição “A Cor das Palavras” conta com duas
linguagens artísticas. Cada obra é constituída por uma pintura e por
um poema e, por isso, deve ser entendida no seu todo e não numa
leitura isolada de cada uma das artes que a compõem. Simbolicamente,
os artistas pretendem representar um mundo em que cada ser vive
ensimesmado e cada saber rebusca em solilóquio, apresentando uma
solução de diálogo para a humanidade. O conceito que preside, então,
à criação artística será a universalidade que assiste a cada ser
humano. No entanto, a amostra não se esgota neste tema. Ao longo da
exposição, o espectador é convidado a reflectir sobre a sua condição
de homem, sobre o sentido da sua vida e a finalidade da mesma, ainda
terá a oportunidade de pensar acerca da estrutura social, a
distribuição da riqueza, a opressão e a divisão do poder. Todos
estes temas são abordados de forma directa, ainda que encobertos
pela metáfora, para que o espectador possa procurar a verdade ou
verdades na sua consciência.
“A Cor das Palavras” é um jogo conceptual em que
o espectador vai destapando a intenção crítica dos autores, os quais
usam da ironia na observação e análise da realidade, pelo que é uma
constante e divertida descoberta.
Ao nível técnico, os quadros apresentam dois
planos, sendo o primeiro figurativo, em que o pintor esboça, em
traço expressionista, a realidade circunstancial que a obra trata, e
o segundo surge, rasgando a tela, em acto de metáfora revoltada,
pintado a traço preciso, marcando uma antítese. Os poemas são
escritos em versos soltos, propiciando ao poeta uma maior liberdade
temática e possibilidade irónica.
Merece ainda destaque que nenhum dos artistas
está vinculado, ou alguma vez frequentou uma escola artística,
sendo, por isso, a sua criação totalmente livre e desprovida de
correntes artísticas, concluindo-se que há um perfume a liberdade
que preenche a sala de exposições de “A Cor das Palavras”.



EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA
"A COR DAS PALAVRAS"




EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA SOLAR CONDES DE RESENDE EM CANELAS -
VILA NOVA DE GAIA
"A COR DAS PALAVRAS"






EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ
"A COR DAS PALAVRAS"




EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DA NAZARÉ
"A COR DAS PALAVRAS"




EXPOSIÇÃO NA GALERIA DO TEATRO-CINE DE POMBAL
"A COR DAS PALAVRAS"

Qual é o sentido para a vida? Sentados em
contemplação silenciosa do fogo, homens arremessam o olhar sobre o
mistério. Descobrem a interrogação e, sob a sua sombra perturbante,
constroem a humanidade. Agarrados à questão deslizam pela ideia,
elaborando o eu e a circunstância, concebendo a civilização.
Passados tantos anos, procuramos para a mesma
questão a resposta, como não seja possível, respondemos,
saltitantes, com perguntas a perguntas, numa ânsia constante de ser…
— eis o Homem!
E esse homem somos nós, que integrados num espaço
e num tempo, procuramos encontrar o nosso sentido… e que melhor
guia, neste labiríntico trilho, do que a linguagem artística?
Procuramos uma arte universal, em que a
humanidade se reconheça em cada jactância de cor, em cada metáfora.
Queremos a verdade metafísica do eu para uma intervenção social
através da purificação dos valores.
Neste plano, propomos, promovendo em linguagem
artística universal, enquadrar numa mesma obra, pintura e poesia,
como duas formas de expressão, indicando um mesmo caminho.
E, porque a humanidade é una, acreditamos na
interdisciplinaridade como resposta para as dúvidas que preenchem o
universo intelectual de cada um dos elementos da sociedade. Assim, a
intervenção que preconizamos assenta, sobretudo, numa atitude
dialéctica perante a vida, com o intuito de criar uma reestruturação
valorativa num mundo despido da genuinidade conceptual. É, pelo
referido, importante, afirmarmos a nossa vontade de lançar uma arte
didáctica para que todos participem do sonho.
A nossa proposta artística oferece motivos de
reflexão sociológica e aproxima o Homem do seu sentido primordial.




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