Limpo as lágrimas sufocantesPara ler o mapaQue o meu amigoDeixou sobre a mesa.As rugas envelhecem O sentido das estradas,Curvam montanhasEntre cidades e homens,Isolam verdades em pedaços.Passo a palma da mãoE, vaidosamente,Exibo a nitidez dos traçados.Escolho uma ruelaQue me conduz a uma porta.Uma lágrima de suorEnverniza a chaveQue a mão direitaAngula em face da fechadura.A porta aberta em verdade!Ergo-me em delírio denunciante!Vejo tudo e desejo corrigir!Mas gritam figurasEnlaçadas ao tempo;Vultos pendurados às paredes da realidade;Silhuetas ressuscitadas de cofres;Sombras por trás de todos,Ordenando que a porta se fechasse.Mas gritam…Gritam um grito de permanência.A porta fecha-se em ocultação!Fico só...Escuto os ruídos longínquosDe um pânico abafado.E escorrega uma lágrimaPor minha cara,Sufocando o que poderia fazer…