Na corda do tempo,Sonha-se o mesmo princípio eterno.O ciclo repete-seComo se reiteram o nascimento e a morte.A massa insiste em ser entretidaE o comandante deleita-seNum jogo feliz.Todos se insurgem em paixão,Digladiam-se em prélios falsosCom fome de vitória.E surge o líder, imperturbável,Sorri, lânguido, em apoios descontínuos.Come um cacho de uvas,Que distribui, magnânime,Pela população em alvoroço.Lança à sorte o destino da uvaE uma mão ávida precipita-se,Agarrando-a, avaramente,Por entre a invídia generalizada.E assim se monta um sistema de sucessoQue perpassa pelo tempo e pela civilizaçãoE se eterniza na verdade social…