Agarro numa guitarraE passeio os dedos pelas cordasCom a incerteza de tactear o mistérioQue a conjugação daquelas oferece.A melodia suspende-seNuma possibilidade de serEntre mim e a minha sombra.Então, procuro no somO sentido da minha música.Sobre a tonalidade quenteDeambulo até ao interior de Sol.Pouso a existência sobre o momentoE equilibro-me na fina corda da pauta.Percebo o Sol a sós,Como um homem sem amigos,E a brisa cálida com que me sopraSeca a esperança de encontrar a música…Porque ela não existe, sim, porque não existeNa solidão de um tom,Ela vive na composição das diferentesIndividualidades, que formam uma harmonia!