Quando dei por mim,Já a meio da viagem,Reparei que carregava um peso imenso.Era o peso da Vida. Diziam…E o peso derreava-me as costas,Torcia-me a coluna.Era a Vida. Comentavam…A meio do caminho, enfim,Pude ver por que me fazia correr.Corro, ainda que desengonçado,Corro à procura do que falta para me cumprir.E, por isso, corro, corro para a perfeiçãoQue não pode haver.Corro para o sonho:Um sonho exacto e profissional,Um sonho pleno de rigor e material…Levo os olhos fechadosPara não ver tudo o que poderia ser se…Mas o peso manda:E eu obedeço, cego, como o homem deve ser.Obedeço e trabalho,Completo, na lógica geométrica da ficçãoQue me foi ensinada como sentido.Mas houve um dia em que dormi.E ouvi a voz mais íntima da humanidade.Que falta faz ao Homem!...Escutei:Não busques a excelência,Toca-te com a felicidade!