Sei cá estar. Penso eu.Se cada tempo tem o seu tempo,Que tempo é o meu?Quando passo por ti, ainda era uma criança,Acho, suspendias o meu tempoNo que te perdia a olhar.Era bom… Passou?Talvez nunca.Se enquanto caminho, a estrada surge adiante,Por que razão volto atrás, seguindo-a sempre?Porque te recordo, no teu passo apressado,Inventando-me trajectos e apagando-os.Talvez seja por isso; mas o espaço é assim.Por vezes, passo por ti, estás velha agora, amiga,E o sol está bonito que a chuva não caiE lá se vai dizendo que isto no futuro será piorO tempo.Perdemo-nos a olhar, um nos olhos do outro,Como que a adivinhar o que será de nós amanhã.Um dia depois do outro…Mais o sonho que lhes podemos soprar.Todos diferentemente iguais Na eterna companhia do espaço.Onde estou?Perdido no labirinto do tempoQue é meu e tanto, tanto do universo.