Perdido no labirinto do tempo
Perdido no labirinto do tempo
Acrílico e carvão s/ tela 110 cm x 81 cm
Pintura de Artur Oliveira
                                                                 

Sei cá estar. Penso eu.
Se cada tempo tem o seu tempo,
Que tempo é o meu?
Quando passo por ti, ainda era uma criança,
Acho, suspendias o meu tempo
No que te perdia a olhar.
Era bom… Passou?
Talvez nunca.

Se enquanto caminho, a estrada surge adiante,
Por que razão volto atrás, seguindo-a sempre?
Porque te recordo, no teu passo apressado,
Inventando-me trajectos e apagando-os.
Talvez seja por isso; mas o espaço é assim.

Por vezes, passo por ti, estás velha agora, amiga,
E o sol está bonito que a chuva não cai
E lá se vai dizendo que isto no futuro será pior
O tempo.
Perdemo-nos a olhar, um nos olhos do outro,
Como que a adivinhar o que será de nós amanhã.

Um dia depois do outro…
Mais o sonho que lhes podemos soprar.
Todos diferentemente iguais
Na eterna companhia do espaço.
Onde estou?
Perdido no labirinto do tempo
Que é meu e tanto, tanto do universo.

Poesia de Ricardo Oliveira