Com Hermes bebemos do LeteO esquecimentoQue nos conduz pela morte.Surge Caronte,Gigante e envelhecida figura,Com a mão estendida,Esperando o óbolo,Insignificante impostoPela passagem do calmo Estige.Todavia, o esquecimento de LeteDissipa a acção,Não subtrai a psique,E, possuindo duas moedas,Recusamos a esmola,Escondendo os valoresNo paraíso de um bolso invisível.Caronte, velho e cansado,Ansiando o último homem,Debruça o pesado remo sobre as águas ténebres.Em face de Hades, rei do subterrâneo,Do mistério que a vida ocupa,O humano desprende-se em sombraE no chão longínquo da escuridão,Desvanecem-se as moedas(A nossa e a de Caronte...)Na simplicidade do valor,Dar para receber,Caronte conduziria a barca aos Campos Elísios,Onde todos contribuemPara a felicidade de todos!