A força da sorteSupera-me na ânsia de cada dia.O tempo agiganta-se, titânico,Na força das ParcasE a mim cabe-meO equilíbrio no estreito fio,Do qual desconheço o fim…Cerca-me a escuridão,O não-ser do porvir,A inverosimilhança do foi.Enredo a vida no momento,Pretendendo sustentar o fioNo nó que deus desconhece.Finalmente, ajo.Mas a terra gira mais rápidoDo que eu pensavaE já estão todos a jogar:Curva no arco,E, numa só flecha,Milhares de alvos abatidos!Milhares de seres feridos,Aqueles que esquecemos de amar...Tudo o que falta.Todavia, sinto o milagreDe que estou vivo!E vou celebrar com a beleza de um sorrisoA força da dança.Extasiado, deixareiA melodia equilibrar a existência.E, na simplicidade,Festejarei incessantementeA vitória de serE depositarei nesta certezaA alegria de um gracejoComo solução para a vida!