Aos senhores do novo colonialismo
Aos senhores do novo colonialismo
Acrílico e carvão s/ tela 2 x 100 cm x 81 cm
Pintura de Artur Oliveira
                                                                 

O mundo sustenta-se num equilíbrio
Medonho de interesses díspares.
Nas reuniões, quais consílios de deuses,
Determina-se a fortuna
Da navegação daqueles que não têm força
Para pegar no leme.
Ontem, graças à justiça e igualdade
(Conceitos tão divinamente empregues)
Foi concedida independência aos povos
Subjugados. É curioso que não determinem
Num país, mas numa amálgama complexa,
Tão ao gosto da benevolência humanitária.
Assim, senhores, o gesto caridoso vosso
Ensina a humanidade a partilhar
E a ter piedade da criancinha chorosa.
Divindades que determinais o preço da vida,
Sois demasiado benévolos, sempre dispostos
A um esforço filantrópico, sempre prontos
A estender a mão aos menos favorecidos
De um sistema criado por vós e para vós!
Hoje, o mapa mundial divide-se
Em diferentes matizes,
Todavia é um mapa mentiroso,
Engana os incautos,
O prefixo “ex” colocado junto de colónias
É um subterfúgio político
Que não se coage de pisar as lágrimas
Da pobreza e da fome.
Continuemos as nossas ajudas humanitárias,
Pois é um dever moral
Para este mundo ocidental sempre tão justo!

Poesia de Ricardo Oliveira