A caixa de brinquedosEstá diante de um olhar simplesE um braço humilde cresce para ela,Num movimento habitual e irreflectido.A fantasia nasce!Um mundo novo acontece!Um rei autoproclama-seE a fantasia já tem quem a governe.Recolhe os bonecosE senta-os em carrinhos,Fazendo-os deslizar por montanhasSalpicadas de palmeiras.Colhe as bananas e açucara um boneco,Deixando os restantes perplexos de fome.Depois, pega nas notas e compra terrenos,Onde constrói casas e hotéis.Inventa um monopólioE esmaga os carrinhos com a sua incauta mão.De seguida, dispara contra os bonecos,Que havia colocado junto à estrada,Uma bisnagada que os derruba.Tudo invenções duma criançaPara se divertir naquele momento,Sem lhe importarem mortes ou injustiças.Saudemos, porque tudo isto são brincadeirasQue, com a idade, se desvanecem…