Chamas que perduram no tempo
Chamas que perduram no tempo
Acrílico e carvão s/ tela 2 x 100 cm x 81 cm
Pintura de Artur Oliveira
                                                                 

Um halo de origem flameja
Entre dois pórticos.
O trovão suspende-se,
Realiza-se no que prometeu
E o cenário é largado,
Desencadeando a tragédia.

A força ignota primordial
Está viva — é hora de agir!
Antes do ser, Beleza e Terror
Apaixonam o olhar
E, na mão dura, semeia-se
O poder divino —
Criar e destruir...

O elemento foi Vida,
Apaziguou incautos no eterno silêncio,
Acariciou os desprotegidos
Durante o frio invernil,
Deu poder aos fortes,
Instigando a opressão
Em ferozes batalhas!...

Hoje, no estalar laranja-vermelho,
Continua a cantar Vida e Morte.
E entre estes dois pórticos,
Que oferece,
Perduram no tempo as chamas do sofrimento...

Poesia de Ricardo Oliveira