A cor das palavras
O sentido
de Dialogarte
A aparente
liberdade da formatação
A privatização da chuva
A selecção
do poeta
Dilemas
A
eternidade escreve-se ...
Linhas
temáticas I
Linhas temáticas II
Linhas temáticas III |
Vamos sonhar com lucidez
De que lado
estou da vida? Estarão os limites da realidade contidos no meu
olhar? Poderei envolver todo o universo com a minha compreensão
racional? E a vida… de que tamanho é a vida? O sonho será, decerto,
uma boa forma de a medir. Por isso, “A Cor das Palavras”, projecto
que coloca em diálogo pintura e poesia, tem o prazer de apresentar
algumas abordagens possíveis para a dimensão dos sonhos na nossa
vida.
Consideramos que o sonho é um alimento essencial para a fruição de
se estar vivo e queremos partilhar esta mensagem com todos os que
nos quiserem visitar. Afinal, é do sonho, perspectivado enquanto
criatividade, que emana toda a criação humana. Se não fora o sonho
de alguns homens, que seria da ciência? Se não fora o sonho, agora
observado enquanto sustentáculo das grandes ideias, o que seria da
evolução civilizacional? Porque, efectivamente, como diria Fernando
Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”[1]
Talvez nos falte uma nova Índia, e talvez ela possa ser encontrada
no mundo dos sonhos… Acrescentamos ainda, para enfatizar o que de
verdade tem o sonho na materialização da vida, que é o sonho que
torna o amor em algo tão lindo, cheio de sorriso para um lado e, às
vezes, tanto sofrimento… Quantas vezes não sonhaste com aquela
pessoa que te beija ao acordar, ou poderia beijar, se a vida fosse
um sonho. Quantas vezes não sonhaste em colocar o sonho da pessoa
que amas na palma da sua mão?
Queremos,
não obstante o dito, ir mais longe: e se o sonho pudesse ser lúcido?
E se pudesse ser um local para onde viajamos? E se lá estivesse uma
matéria-outra que desse consistência aos nossos bons desejos e
trouxesse de lá a felicidade, guardando nesta vida, metade de nada[2],
tudo o que nos impede, todo este frenesim do dinheiro, toda esta
vida de trabalho desmedido, de injustiças, de hipocrisias? Será
possível? Cremos que sim, porque, como diz o poeta[3]:
“Eles não sabem que o sonho/ é uma constante da vida/ tão concreta e
definida/ como outra coisa qualquer”. Sonhemos.
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