O sentido
de Dialogarte
A cor das
palavras
A privatização da chuva
A selecção
do poeta
Dilemas
A
eternidade escreve-se ...
Vamos sonhar com lucidez
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temáticas I
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Linhas temáticas III |
A aparente liberdade da formatação
Um dos factores que nos
possibilita distinguir os dias que correm do passado recente, pelo
menos português, é a alfabetização da população. Hoje em dia, temos
uma população preparada, alfabetizada, escolarizada, inscrita numa
nova dinâmica social que deve ser plural e inteligente.
No entanto, a pluralidade, em
aparência real, nasce da unidade, por isso, quando não reificada por
meio do pensamento, desagua novamente na unidade. Concretizando, a
civilização ensina um sistema de referências, ou seja, um modo de
ver e de agir no mundo, que interiorizamos, alterando-o ou não. É em
face disto, pensamos, que a formatação das populações acontece. A
referida formatação é uma intensificação de uma parte do sistema de
referências, promovida por determinados agentes do poder,
entendendo-se poder como saber. Intensificação aquela que conduz as
populações às modas e ao seguidismo social.
Esta circunstância social
preocupa-nos, pelo que, no projecto artístico que apresentamos,
reflectimos sobre o esclarecimento, em ausência de pensamento, da
nossa população. Preocupa-nos que se ensine a ler, escrever e
contar, mas se tenha olvidado o incentivo à reflexão. Deste modo,
consideramos que urge formar sem formatar, isto é, que o sistema de
referências, embora oriundo de uma unidade qualquer procurada pelo
Homem, seja ensinado nas causas e não na superfície, promovendo a
liberdade de opinião fundamentada e verdadeiramente individual.
Como exemplo, para que se
clarifique o nosso ponto de vista, recorremos à História. Vejamos
como, durante o império da religião, a igreja comandou a opinião
individual (sempre aparentemente livre) por dentro das pessoas. E
actualmente… seremos livres? Podemos realmente escolher a nossa
roupa, ou seleccionamo-la somente entre a que nos é oferecida?
São estas as reflexões que “A
cor das palavras – A aparente liberdade da formatação” propõe: uma
viagem pelos olhos que nos deram e pelo mundo que nos explicaram,
com o fito de que o homem, enquanto indivíduo, tome consciência da
sua individualidade no colectivo que somos.
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