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A cor das palavras

A aparente liberdade da formatação

A privatização da chuva

A selecção do poeta

Dilemas

A eternidade escreve-se ...

Vamos sonhar com lucidez

Linhas temáticas I

Linhas temáticas II

Linhas temáticas III

O sentido de “Dialogarte“

 

Como cidadãos-artistas, gostaríamos de expor uma breve apresentação do nosso trabalho artístico para que a mensagem subjacente às obras seja analisada na sua plenitude.

Neste pressuposto, pensamos ser pertinente deixarmos uma breve leitura do que é a Arte para nós, para que se torne perceptível o motivo que nos une e nos leva à acção.

A Arte é o que está fora e dentro do Homem em simultâneo. Isto quer dizer que ela se deve debruçar sobre tudo o que é Homem ou a que ele diga respeito. Portanto, na Arte deve haver um equilíbrio entre as coisas que existem para nós em circunstância (a sociedade e o sistema político, histórico, económico, cultural e filosófico em que a humanidade se constrói em Civilização) e o mundo que está no interior de cada indivíduo em sensações (pelo menos no que diz respeito ao que o une aos restantes, numa espécie de universalidade plural).

Como se pode concluir, as obras que elaboramos versam sobre temas relacionados com a intervenção social e a posição do ser no mundo. Havendo sempre, pelo menos em intenção, um equilíbrio harmónico entre os mundos anteriormente referidos; apresentando soluções ou denunciando situações de injustiça ou de exploração; e procurando um sentido de ser mais verdadeiro. Este nosso posicionamento pode ser lido quer nos temas que apresentamos, quer, simbolicamente, no equilíbrio procurado entre a forma e o conteúdo.

A Arte é ainda, também devido à premissa anterior, uma leitura sempre multiinterpretativa do real, porque assenta sobre a verosimilhança metafórica. Por este motivo, na nossa proposta há sempre dois planos (exterior e interior) que conduzem a um terceiro (metafórico) sem que nenhum dos outros dois deixe de se vislumbrar. Por isso podem observar-se, por exemplo nas pinturas, dois planos que existem (cada um) por si só, mas que, inevitavelmente, conduzem a um terceiro que contem a nossa leitura do mundo e, por consequência, a nossa intenção temática.

A Arte é também um diálogo, uma vez que é humana e o conhecimento do ser alicerça-se nos variados diálogos da vida. Assim juntámos poesia e pintura, com o objectivo de mostrar que todas as linguagens criadas pelo Homem visam explicar-se, implicando-se, no mundo; pelo que, ainda que por caminhos diferentes, buscam uma mesma verdade plural. Por isso, acreditamos que a pintura e a poesia unidas podem ser, simbolicamente, um ensinamento de construção civilizacional e humana. É imperioso dialogarmos por entre os vários saberes para formarmos uma sociedade mais tolerante e verdadeira.

Concluindo, a nossa arte é humana (porque parte do Homem e da sua sensibilidade consciente-valorativa para encontrar uma possível harmonia interior e exterior), interventiva (porque analisando o hoje, não se acomoda ao presente, pretendendo mudá-lo, ou seja, é a representação do tempo em que vivemos e a antítese dele concomitantemente) e ainda dialogante (porque pretende em diálogo entre as várias verdades da modernidade numa perspectiva de encontrar uma verdade plural, que é o mesmo que dizer tolerante e democrática).